Indústria nacional tem crescimento de 3,1% em 2024; terceiro melhor resultado em 15 anos

Indústria nacional tem crescimento de 3,1% em 2024; terceiro melhor resultado em 15 anos

 

Após sofrer queda de 4,5% em 2020 durante a pandemia, o setor industrial brasileiro avançou 3,1% no índice acumulado do ano de 2024, o que corresponde ao terceiro resultado anual mais elevado da indústria nos últimos 15 anos, ficando atrás apenas de 2010, quando registrou índice de 10,2%, e 2021, com taxa de 3,9%. Cumpre destacar, que em 2021 o crescimento foi precedido de um recuo de 7,1% em 2009.

 

 

De acordo com o IBGE, o crescimento de 2024 foi amplo, com expansão nas quatro grandes categorias econômicas e em 20 dos 25 segmentos industriais analisados. Em 2021, por comparação, 18 setores apresentaram taxas positivas.

 

 

“De modo geral, o crescimento do setor industrial em 2024 pode ser entendido a partir de alguns fatores, como o maior número de pessoas incorporadas pelo mercado de trabalho, a queda na taxa de desocupação, aumento na massa salarial e o incremento no consumo das famílias, beneficiado pelos estímulos fiscais, maior renda e a evolução na concessão do crédito”, explicou André Macedo, gerente da PIM no IBGE.

 

 

As principais influências positivas no total da indústria foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (12,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,2%), produtos alimentícios (1,5%) e produtos químicos (3,3%).

 

 

Apesar do bom desempenho no acumulado do ano, a indústria apresentou uma desaceleração no último trimestre, com queda acumulada de 1,2% entre outubro e dezembro. O setor registrou três meses consecutivos de retração: outubro (-0,2%), novembro (-0,7%) e dezembro (-0,3%). A última vez que isso ocorreu foi entre fevereiro e abril de 2021, quando a perda somou 5,3%.

 

 

“Essa perda de dinamismo da indústria no último trimestre guarda uma relação com a redução nos níveis de confiança das famílias e dos empresários, explicada, em grande parte, pelo aperto na política monetária, com o aumento das taxas de juros a partir de setembro de 2024, a depreciação cambial, impactando os custos, e a alta da inflação, especialmente de alimentos”, pontuou Macedo.