Secretária de Educação de Goiás é criticada após falas polêmicas em live: “Está passando fome? Tem que achar um trabalho que ganhe mais”

Secretária de Educação de Goiás é criticada após falas polêmicas em live: “Está passando fome? Tem que achar um trabalho que ganhe mais”

A secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli, foi alvo de polêmicas após respostas polêmicas durante uma transmissão ao vivo, no dia 24 de outubro, com professores da rede estadual em que anunciou uma reestruturação no plano de carreira de professores.

 

Um dos professores havia reclamado da questão da remuneração da classe, afirmando que a questão não era “sobre um aumento, mas sobre passar fome”. A secretária retrucou dizendo que o docente precisava trocar de área. “Aí tem que deixar o serviço. Está passando fome? Tem que achar um trabalho que ganhe mais, porque na Educação você já entrou sabendo quanto seria seu salário”, afirmou.

 

Outra professora, Roberta da Silva Batista, perguntou à secretária o motivo de professores contratados não poderem acompanhar filhos no médico e terem suas faltas abonadas por atestado. Gavioli respondeu dizendo que a professora não era “obrigada a trabalhar” e que “deveria pedir exoneração”.

 

“Você não é obrigada a trabalhar, não. Se você for um contrato e você acha que você tem de ter um emprego que libera para ir ao médico, você precisa sair, porque a lei é federal”, afirmou a secretária. Ela ainda comentou: “Quer trabalhar em um lugar que você possa ter liberdade de ir e vir, mas a lei federal te proíbe, eu acho que você deveria pedir exoneração”.

 

PROFESSORA DEMITIDA

A situação se agravou quatro dias após a transmissão, quando Roberta foi demitida da escola que trabalhava, na cidade de Padre Bernardo, no leste goiano. A professora contou ao G1 que estava trabalhando normalmente quando foi chamada pela direção e informada que o contrato foi rescindindo por estar vencido.

 

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação de Goiás (Seduc-GO) negou ter havido qualquer tipo de perseguição contra a professora, e afirmou que o contrato foi encerrado porque estava vencido.

 

Ao G1, a secretária afirmou que respondeu mal aos servidores: “Todo ser humano, por mais controlado que seja, tem horas que você realmente dá uma resposta até que depois se arrependa, eu não vou negar”.

 

Roberta também lamentou o ocorrido e afirmou que a pergunta foi feita sem intenção de atacar. O seu filho de 11 meses precisou de uma consulta médica em agosto e, após acompanhá-lo, entregou um atestado na escola. Ao receber o seu contracheque, no entanto, a professora percebeu que o dia havia sido descontado.

 

O novo Plano de Carreiras da Educação, aprovado na semana passada, alterou o bônus mensal de R$ 2 mil para os professores, chamado de gratificação por regência. Agora, se o professor contratado faltar mais de três dias no mês, ele perde o direito a este bônus